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A Academia Militar remonta as suas origens a uma escola de ensino militar, criada em Vila Viçosa pelo Senhor Duque de Bragança, D. Teodósio I, provalvelmente em 1525.

Após as Cortes de Lisboa de 28 de Janeiro de 1641, foi mandado instaurar Escola designada por "Lição de Esquadria e Artilharia" por El-Rei D. João IV, junto ao Paço da Ribiera.

Esta ecola destinava-se a preparar os quadros do Exército. Mais tarde, passou a designar-se por "Aula de Fortificaçãpo e Arquitectura Militar" e as suas instalações foram transferidas para o Paço da Ribeira das Naus (1647).

Em 1755, com o terramoto, a então designada "Academia Militar da Corte" instalada no Terreiro da Paço, ficou completamente destruída; passando em 1758 a desenlver as suas actividades perto da actual Calçada de Estrela.

Pela Carta de Lei de 5 de Agosto de 1779, a Academia Militar da Corte é extinta, surgindo a Academia Real da Marinha.

No século XVIII, face aos desafios colocados pelos novos meios e métodos da arte de fazer a guerra, num nítido encontro entre esta e com a ciência e a técnica, urgia para os Oficiais uma melhor preparação, pois além da "bravura", da coragem e abnegação, necessitavem ser "doutos e cientes".

Por toda a Europa, emergiam há cerca de 200 anos, diversas Academias Militares. Em Portugual, pela mão de D. Maria II, surge em 2 de Janeiro de 1790 a "Academia Real de Fortificação e Desenho", que até 1837 formou Oficiais destinados à Artilharia, Engenharia, Infantaria e Cavalaria.

Até esta data, através da reestruturação feita pelo Marquês Sá da Bandeira, a Academia esteve em diversos edifícios da capital do Império e com diversas designações.

Para fazer face às exigências da longa campanha da Restauração e de conquistas dos espaços além-mar, era necessário um número de militares habilitados para o então volumoso aparelho militar, em sucessivas campanhas. Assim, D. Pedro II por decreto de 20 de Julho de 1701 cria as Academias de Província, no Alentejo, Beira e Minho.

Contudo só em 1723 por decreto de D. João V foi possível concluir o projecto anterior. Dada a redução da sua importância estas Academias foram extintas em 1779.

Em 1762, D. José I e o Marquês de Pombal, procurando tornar o seu Exército eficaz, por Alvará de 2 de Abril de 1762 foi estabelecido no Forte de S. Julião da Barra "uma aula na qual se ditem lições, e façam exercícios práticos de Artilharia três dias em cada semana, hora e meia de manhã e meia hora de tarde" como é referido naquele Alvará.

Em 1790, a Academia Real de Artilharia, Fortificação e Desenho foi instalada no edifício do Arsenal do Exército, no Campo de Santa Clara em Lisboa. Após grave incêndio nestas instalações (1793), passou a funcionar no Palácio da Regência atrás do actual Teatro D. Maria II, local onde se mateve até 1796, mudando-se então para o segundo piso do Palácio do Calhariz.

Em 1823 muda-se novamente e desta vez do Palácio do Rossio, ex-pertença do Santo Ofício da Inquisição. Em 1825 regressa ao Palácio do Calhariz e em Dezembro de 1836 passa ao Colégio dos Nobres, onde funcionava a então Academia Real da Marinha criada em 1779.

É em 12 de Janeiro de 1837 que a Academia se passa a designar de Escola do Exército e se instala em dependências cedidas para o efeito pelo Real Colégio dos Nobres, situado em parte no edifício onde funcionou a Escola Politécnica de Lisboa.

A Escola do Exército instala-se definitivamente em 1851 no Paço da Raínha (Palácio da Bemposta) ligada ao nome de Catarina de Bragança, Princesa de Portugal e Raínha de Inglaterra, viúva de Carlos II de Inglaterra.

Em 1891 procedeu-se a nova reorganização pretendendo elevar o nível científico dos Cadetes. Passou a haver Cursos de Administração Militar e foi criado o Internato em 1894.

Com a Implantação da República, a Escola do Exército passa a designar-se por Escola de Guerra. Findo o primeiro conflito mundial muda outra vez de nome passando a Escola Militar; a duração dos cursos foi aumentada e desenvolveu-se a instrução prática e o estudo das relações coloniais. Os cursos de Engenharia e Artilharia a Pé passaram a dar equiparação, respectivamente, aos de Engenharia Civil e Industrial. Pelo Decreto lei de 13 de Novembro de 1940 reorganizou-se a Escola Militar, passando novamente a designar-se por Escola do Exército. Foi criado o curso de Aeronáutica e parte do curso de Engenharia Militar veio a ser frequentado no Instituto Superior Técnico.

O Decreto Lei de 12 de Fevereiro de 1959, serviu de base a uma ampla e nova reorganização. Passa assim a denominar-se novamente Academia Militar, retomando a designação que vinha do século XVII. Criaram-se novos cursos como o de Transmissões para o Exército, o de Engenharia Aeronáutica para a Força Aérea e de Engenharia Mecânica.

Hoje a Academia Militar é um estabelecimento militar de ensino superior, integrado no sistema Universitário Português, forma os Oficiais do Quadro Permanente do Exército e da Guarda Nacional Republicana sob a divisa do seu Brasão de Armas: Dulce et decorum este Pro Patria Mori (é doce e honroso morrer pela Pátria).

 

A formação na Academia Militar desenvolve as qualidades de liderança e o nível intelectual, físico e moral dos alunos de modo a obter as condições necessárias para o desmpenho do serviço à Nação que caracterizam os seus formandos.