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XANANA GUSMÃO

    Xanana Gusmão- poeta, artista , resistente da ocupação indonésia – simplesmente simboliza a luta do povo timorense. A acção desenvolvida por ele tem inspirado os seus camaradas timorenses e também tem colhido simpatias na comunidade internacional.

    FRETILIN (FRENTE REVOLUCIONÁRIA DE TIMOR LESTE INDEPENDENTE) foi fundada em 20 de Maio de 1974. Os seus objectivos eram a participação dos timorenses no governo, por forma a por fim a posições racistas e combater a corrupção. Conjuntamente com a UDT ( UNIÃO DEMOCRÁTICA TIMORENSE ) lutaram pela independência , contudo a posição mais radical da FRETILIN reuniu mais apoios junto da classe politica timorense.

    Em Agosto de 1975 , a UDT tentou um golpe de estado. Os administradores Portugueses deixaram Díli .A FRETILIN reuniu um vasto apoio contra o golpe e durante o mês de Setembro , começou a criar um governo provisório. Xanana Gusmão desempenhava então um papel chave, inicialmente quando trabalhava no gabinete de informação e posteriormente aquando da sua eleição para o comité central da FRETILIN . As FALINTIL formaram-se por esta altura.

    A invasão Indonésia ocorre em Timor Leste a 7 de Dezembro. A operação envolveu cerca de 40000 militares e foi envolta em silêncio e secretismo. Na verdade , o regime de Suharto evitou a descoberta de 5 jornalistas Australianos que teriam sido mortos dois meses antes.

    Xanana foi o último dirigente da Fretilin a deixar a capital .

    Em Março deste ano o catedrático George Aditiondro apresentou um relatório assustador do período da invasão. A sua pesquisa indica que 10% da população- 60000 pessoas- foram mortas nos primeiros dois meses a seguir à invasão. Aditjondro reclama que a força invasora usou napalm e agente laranja, primariamente distribuídos por aviões Norte-Americanos.

    Esta terrível ofensiva dizimou a FRETILIN. Xanana , que tinha sido colocado numa das partes orientais da ilha, encontrou-se rodeado de uma mão cheia de guerrilheiros, sem comunicações e sem ideia de quem teria conseguido sobreviver. Conjuntamente com outros dois sobreviventes, Serakey e Mau Huno, iniciou o difícil processo de formação da guerrilha. Serakey foi morto em 1979 quando tentava estabelecer a ligação com o sector central da FRETILIN.

    Em 1981 a Resistência sobreviveu à campanha levada a cabo pelo exército Indonésio continuando o seu processo de formação. Por volta de 1983 os líderes militares Indonésios predisposeram-se a encetar negociações de paz.

    Durante esta etapa, Xanana mostrou-se desejoso de paz e diálogo. Nas primeiras rondas negociais a FRETILIN adiantou pedidos básicos: o fim do bloqueio naval, o contacto com o exterior, uma missão de observadores da UN e o anúncio por parte do governo Indonésio de que a UN paticiparia nas negociações de cessar-fogo.

    Contudo, passados cerca de 5 meses, o General Indonésio Benny Murdani mobilizou mais tropas para o território e anunciou que esmagaria qualquer resistência, dando assim início a uma nova fase de bombardeamentos.

    Apesar das diversas ofensivas Indonésias, a Resistência não vacilou. A sobrevivência das Falintil só foi possível graças ao apoio popular. Xanana conseguiu congregar as forças num único comando refletindo assim a formação do CNRT (CONSELHO NACIONAL DE RESISTÊNCIA TIMORENSE) em 1986.

    O CNRT era uma organização composta por todos os grupos Timorenses ( FRETILIN, UDT) e também pela RENETIL que era a associação clandestina dos jovens Timorenses. Durante este período as FALINTIL envolveram a UDT na sua área de decisão e sob o comando de Xanana.

    O regime de Suharto esperava que a captura de Xanana efectuada em 1992 sendo condenado em 21 de Maio de 1993 a prisão perpétua desmembra-se a oposição . Em vez disso a sua captura tornou-o numa figura pública internacional capaz de congregar mais simpatia à causa Maubere.

    Xanana conseguiu organizar uma resistência mais politizada conseguindo assim ser mais eficaz junto da opinião pública internacional. Durante o seu período de reclusão a sua escrita e a sua dedicação à causa Timorense valem-lhe o título de Nelson Mandela Timorense.

    A aceitação por parte do regime Indonésio da realização de um referendo fez com que a vontade de um povo não pudesse ser ignorada pela comunidade internacional. A Indonésia receia a verdade!