Protocolo entre Universidade do Minho e Academia Militar cadetes doutores e doutores militares

In Público,12 de Outubro de 1999

Durante três semanas, 20 alunos da Universidade do Minho (UM) e outros tantos cadetes da Academia Militar inverteram os papéis. Os primeiros foram para a academia,  segundos ocuparam a residência universitária em Guimarães e foram iniciados nos meandros da sociedade da informação. No fim, os dois grupos juntaram- se. "Foram três semanas fantásticas", concluiu Carla Nunes, aluna de Informática de Gestão da UM.
Os estudantes universitários, quase todos do curso de Informática de Gestão da UM, passaram 24 dias na Academia Militar. "Acordávamos sempre às oito (e quando digo às oito não era às oito e um minuto), para às oito e meia começar", explica Carla Nunes. Assim se iniciava o dia dos alunos, que partilharam todas as tarefas diárias com os restantes membros da Academia Militar e foram introduzidos em conceitos do tipo "como liderar, relações internacionais, orientação por mapa e bússola", como conta uma outra formanda, Susana Rodrigues. Para ela, a experiência valeu ao nível pessoal, sobretudo profissional.
Estes aspirantes a gestores - que numa fase mais avançada chegaram a ir para treinos físicos na tapada de Mafra e na tapada militar - aprenderam a reagir em situações de stress, a trabalhar em grupo, a assumir a liderança de uma actividade.
Invertendo as posições, 20 cadetes da academia tiveram aulas de informática e "multimédia".
"A instituição militar enfrenta problemas de adaptação a um novo mundo globalizado", declarou Altamiro Machado, director do curso de Informática de Gestão. Os cadetes da academia confirmaram essa necessidade. Jorge Santos é da opinião que a formação na área das novas tecnologias "é útil para todas as estruturas da academia", enquanto Ricardo Serôdio constata que há "uma lacuna na prática" nesta área. Por outro lado, sublinhou o director do curso de Informática de Gestão, "a tradição [da academia] de formação de líderes especializados na gestão de recursos humanos, capazes de resolverem situações problemáticas [sob] grande stress", funciona como a moeda de troca deste protocolo de colaboração que foi assinado em Setembro de 1998.
Além do encanto que Braga e Guimarães parecem ter tido para os cadetes ("Guimarães é uma cidade linda", afirma Ricardo Serôdio), haverá outras sinergias a explorar entre ambas as áreas de conhecimentos. AItamiro Machado sugere "o apoio à actual actualização das infra-estruturas e dos cursos da academia". Está já agendada para o mês de Dezembro a presença na Holanda de uma equipa da academia e de professores da UM para testar um protótipo de controlo militar.

Teresa Lima

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