A Evolução do Armamento
Idade Contemporânea


Travamento por Compressão | Travamento Thauvenin | Travamento Minié | Travamento por Inércia | Travamento por Ductilidade | Retrocarga
Obturação por Justaposição | Obturação por Dilatação/Compressão | Obturação por Dilatção/Expansão | Obturação por Sistema Misto
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Começa com a Revolução Francesa. Têm início as campanhas napoleónicas (1796-1815). Por esta altura generaliza-se o uso dos canos estriados, mas, só em 1826, ficou resolvido o problema do travamento do projéctil nas estrias, ou seja, fazer com que o projéctil entrasse
nas estrias, adquirindo o movimento de rotação.


Travamento por compressão  
Delvigne resolveu o problema aumentando a rapidez de carregamento, pela adopção do sistema de travamento por compressão. O cano terminava numa câmara de calibre inferior ao da alma. Depois de lançada pólvora na câmara, introduzia-se a bala que era travada por sucessivas pancadas com a vareta, de que resultava um aumento da sua secção transversal e deformação da curvatura da sua superfície superior.Este tipo de deformação tinha como consequência o aumento da resistência ao ar e o deslocamento do seu centro de gravidade, ao mesmo tempo que se prejudicava a sua velocidade com o calcamento da carga, que era reduzida a polverim. Delvigne propõe a adopção do projéctil cilíndrico-ogival, conhecido pelo nome de projéctil primitivo que dispunha de uma ranhura para a introdução de um fio ensebado para lubrificar o cano. Pantcharra introduz um taco de madeira para que a compressão do projéctil não afectasse a pólvora, contudo esta ideia não foi muito bem aceite pois provocava muitos estilhaços à saída do cano da arma. (Voltar)

Travamento Thauvenin (1842) 
Neste tipo de travamento a câmara da arma tinha um diâmetro igual ao do cano mas dispunha a  meio uma haste aparafusada ao fundo da culatra, em torno da qual se colocava a carga. O travamento continuava a executar-se por pancada da vareta.(Voltar)

Travamento por expansão – Minié
Minié propõe a adopção de um projéctil de calibre inferior ao da arma em que a parte inferior tinha uma cavidade tronco-cónica na qual se alojava um taco de ferro. Por se ter mostrado de difícil fabrico foi suprimido o taco ficando apenas a cavidade onde os gases resultantes da explosão, exerciam acção, comprimindo as paredes do projéctil contra o cano.(Voltar)

Travamento por inércia – 1855 – Lorentz

Lorentz obteve o travamento por inércia só pela inércia que o projéctil opõe à acção dos gases. O projéctil tem duas caneluras circulares de tal forma que sob a pressão dos gases, a parte posterior do projéctil avança, comprimindo a parte superior, que em virtude da inércia, se mantém imóvel o suficiente para se produzir a dilatação do projéctil que entrava assim nas estrias.

No entanto o travamento perfeito só se obtém depois do aparecimento das armas de retrocarga, o chamado travamento por ductilidade. (Voltar)


Travamento por ductilidade
Este tipo de travamento obtém-se empregando um projéctil de diâmetro superior ao da alma do cano, para isso o material do projéctil tem que ser feito de um metal maleável, por exemplo o cobre. (Voltar)

Retrocarga
Em 1860 generalizam-se as armas de retrocarga ou carregamento pela culatra com cartucho de invólucro combustível. Aparece assim o primeiro cartucho completo, utilizado na espingarda Dryse. É também necessário utilizar o primeiro percutor. No entanto estas armas trouxeram um problema, a fuga de gases para a retaguarda. Assim foram utilizados três processos para se conseguir a obturação. (Voltar)


Sistemas de Obturação
Obturação por Justaposição
Consiste na justaposição de duas superfícies, uma na entrada da câmara outra na culatra, cujo ajustamento provocava a obturação. Essa superfícies eram tronco-cónicas para que os gases, ao dar-se a explosão, as obrigassem a apertar uma de encontro á outra. Era um sistema imperfeito por nunca ser possível um contacto íntimo entre as superfícies.(Voltar)

Obturação por Dilatação-Compressão

Consistia no emprego de uma peça – obturador, ligado à cabeça da culatra que quando esta se fecha, fica comprimida entre ela e a câmara. Ao dar-se o tiro, a pressão dos gases aumenta a compressão dessa peça que dilatando-se, produz a obturação. Na espingarda Chassepôt os gases actuam directamente sobre um compressor metálico com forma de calote esférica que vai apertar o obturador de cauchu de encontro à cabeça da culatra fixa dilatando-se e por isso provocando a obturação.(Voltar)
Obturação por Dilatação-Expansão
É o processo mais perfeito pois permite uma obturação completa e o que é hoje universalmente adoptado. Consiste no emprego do cartucho completo que ao dar-se o tiro se expande em todos os sentidos e se ajusta à superfície da câmara, retomando depois a sua forma inicial devido à elasticidade do metal, facilitando a sua extracção.(Voltar)
Obturação por Sistema Misto
É adoptado em poucas armas e consiste na combinação de dois sistemas, justaposição e Dilatação-Compressão.
Com a adopção da arma de retrocarga e do cartucho completo o carregamento é simplificado a três tempos:
1.      abrir a culatra;
2.      introduzir o cartucho na câmara;
3.      fechar a culatra.
Em 1870 generalizou-se o uso do cartucho completo metálico, das armas de retrocarga e das armas de repetição. Generalizam-se os grandes calibres (17.5-11 mm). Em 1880 dá-se o aparecimento da pólvora sem fumo que evita denunciar a posição do atirador. Em 1883 aparece a espingarda Maxim, utilizando como sistema de automatismo o recuo de toda a arma.

Em 1884 a metralhadora Maxim é a primeira arma a resolver o problema balístico do automatismo. É nestas duas últimas datas que se dá a grande revolução do aproveitamento dos gases para o recuo de partes móveis.
Aparece em 1887 a espingarda de repetição Winchester.
A partir de 1900 começa o grande desenvolvimento das armas automáticas e semi-automáticas que se estendeu até aos nosso dias. (Voltar)