A Evolução do Armamento
Idade Moderna (1453 - 1789)

Fecho de Roda | Fecho de Silex | Fecho de Percussão | Baioneta | (Back)

Como tudo os conflitos militares são um catalisador para o avanço tecnológico do armamento. Assim, os conflitos que mais marcaram este período foram a guerra entre Russos e Suecos pelo domínio do Mar Báltico, as campanhas de Frederico o Grande (1740-1762) e a Guerra da Independência Americana (1775 – 1781).
Até aqui as principais características das primeiras armas de projecção de fogo eram:

Arma de carregar pela boca – Antecarga
Alma lisa.
Projéctil esférico com calibre inferior ao da alma do cano, originando o fenómeno de vento.
Parca justeza de fogo.

Na idade moderna começaram a aparecer maneiras de estabilizar o projéctil durante o tiro. Uma dessas alternativas foi introduzida por Nesseler e era a chamada bala de prego. Era um projéctil no qual se espetava um prego a fim de evitar o movimento irregular deste dentro e fora do cano. Foi também introduzido o projéctil com acendura helicoidal. Nenhum destes funcionou.

Contudo grandes passos começaram a ser dados. Em 1498 Gaspar Zolner inventa as primeiras estrias rectilíneas e paralelas ao eixo do cano. Porém, essa invenção não se chega a generalizar devido à falta de justeza do projéctil, que se deformava devido às pancadas recebidas para entrar nas estrias.

Em 1517 Krepus introduz o fecho de roda. Neste sistema substituía o morrão por uma pederneira colocada entre as maxilas da serpe, que tomou o nome de cão. No fundo da caçoleta apareciam os dentes de uma roda. Com uma chave que se colocava no eixo da roda, preparava esta, fazendo-a girar menos de uma volta. Escorvada a caçoleta baixava-se o cão à mão até a pederneira tocar os dentes da roda. Quando se premia o gatilho, a roda soltava-se girando contra a pederneira produzindo faíscas que inflamavam a escorva. Este invento dava possibilidade ao atirador de efectuar um disparo, em qualquer momento, sem necessidade de manter a mecha acesa. (Voltar)
As armas continuavam a ser de antecarga. No fim do século XVI um armeiro de Nuremberga constrói uma arma de estrias helicoidais, que imprimindo ao projéctil um movimento de rotação em torno do seu próprio eixo, proporcionava um maior alcance, maior penetração e maior justeza (combinação de precisão e regulação do tiro).
Fecho de sílex ou pederneira – séc. XVI O fecho de sílex compunha-se de duas peças principais: o cão e o fuzil, peça inteiramente nova que deu o nome ás armas que adoptaram este sistema. O cão retinha entre os dentes e a pederneira envolvida num pedaço de chumbo ou couro para melhor poder ser apertada pelo parafuso. Pressionando o gatilho, o armador libertava-se do entalhe da noz que por acção por acção da mola rodava e com ele rodava o cão. Este feria o fuzil dando-se a faísca ao mesmo tempo que a caçoleta era aberta pelo levantamento do fuzil. (Voltar)
Fecho de Percussão – no fim do séc. XVIII aparecem as pólvoras fulminantes e o fecho de percussão. O cão foi substituído por uma só peça que funcionava como martelo, sendo o fuzil, a mola e a caçoleta substituídos por uma peça chamada chaminé, furada interiormente, a qual se enroscava noutra peça chamada borracha (de metal), igualmente furada interiormente, a qual, por sua vez, se enroscava no ouvido da espingarda.
O fulminante colocava-se na parte superior da chaminé e era detonado ao receber a pancada do cão, indo a sua chama, através da chaminé e da borracha, inflamar a carga.(Voltar)

A Baioneta – Em finais do séc. XVII aparece a baioneta, supõe-se que usada pelos contrabandistas Gascões, consistia numa navalha atada ao cano do mosquete. Posteriormente evolui-se para a espada baioneta (1) com um cabo de madeira que era introduzido no cano da arma impedindo-a de fazer tiro.

Para contornar este inconveniente, em 1703, Vauban inventou a baioneta de alvado (2) que dispunha de uma manga para adaptação ao cano, invenção que provocou o desaparecimento dos piqueiros em todos os exércitos. Esta baioneta permitia que a arma fizesse fogo enquanto se utilizava a baioneta. Do sabre-baioneta resultou o punhal-baioneta (3) por diminuição do peso e tamanho.(Voltar)