Três semanas no Exército transformam civis em líderes

In: Jornal de Notícias,1 de Outubro de 2000
Lamego:
Protocolo entre Universidade do Minho e Academia Militar trocou saberes científicos por aperfeiçoamento de personalidades
Ninguém aprende a ser líder em três semanas. Mas com a ajuda de instrutores da Academia Militar e apoio do Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE), de Lamego, consegue-se chegar muito próximo disso. A prová-lo está o carisma dos 17 alunos e alunas da Universidade do Minho (UM) que, nos últimos dias, vestiram a pele de soldados, com o objectivo de aprender a lidar com forças e fraquezas, treinando tomadas de decisão individualmente e em grupo, também em exercícios de campo, em condições normais ou sob pressão. Com muita ajuda dos "nossos tenentes" e alguns "empurrõezinhos" para os mais medrosos. Como permuta, a UM ministrou, no pólo de Engenharias, em Guimarães, o curso "Sociedade de Informação" a 20 cadetes-alunos da Academia Militar, que ficaram a saber mais sobre "Internet" e redes de comunicação, tecnologias e sistemas Multimédia, "interface" homem-máquina, construíndo um "site" e procurando a interacção com outras academias militares do mundo. Um curso que terminou nas vésperas de passarem a cadetes-alunos do 4º. ano (é preciso que se diga!)  

Voluntários
Este intercâmbio entre as academias militar e minhota vai já na terceira edição. Da parte dos civis o entusiasmo é mais latente. Embora sejam alunos da mesma universidade, a maior parte deles nem se conhecia. Vêm das áreas de Gestão e Informática, Relações Internacionais, Ciências Políticas, Electricidade e Educação. "Somos voluntários. São afixados cartazes e distribuídas fichas de inscrição e há sempre mais interessados que vagas, o que é bom sinal. O pior é a alvorada ser tão cedo (7 horas) e custou bastante andar cinco horas a pé e carregar com bidões de 30 litros".

Radicais
No Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE) de Lamego, os futuros doutores e engenheiros viveram três semanas radicais, vestidos com algumas peças do uniforme número 3, ainda que sem muito rigor (não passariam na "vistoria"). Rappel, slide, escalada e cordas são agora "tratados por tu". O cenário é o habitualmente usado para treino dos homens das operações especiais, onde treinaram alguns dos bravos que estao neste momentoem Timor (oficialmente ou não). A serra das Meadas, em Lamego, e as imediações do rio Balsemão ou nas instalações de treino, em Penude. Os obstáculos e dificuldaddes foram ultrapassados com alegria, pelo que transpareceu da apresentação relatório final (ao som de "follow the leader"), e na presença de várias individualidades, entre as quais o reitor da UM, Licínio Pereira, o general-comandante da Academia Militar, Alcide d’Oliveira e o comandante do CIOE, o coronel Delfim Lobão.

Ermelinda Osório  

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